Como conectar arte e espiritualidade

Como conectar arte e espiritualidade

Como conectar arte e espiritualidade

Para conectar verdadeiramente arte e espiritualidade, é preciso trilhar um caminho iniciático. Que é um processo individual de escuta e autodescoberta.

Só assim se poderá atingir a percepção silenciosa do Universo e do Si mesmo como uma só unidade.

A arte é uma forma de perceber-se, e ao mesmo tempo contemplar o todo. Mas é preciso um caminho solitário de entendimento para atingir esse privilégio.

A jornada começa com um desejo sincero de explorar os mistérios incompreendidos do mundo e alcançar um nível mais profundo e ampliado de consciência.

A missão principal do iniciado/artista é limpar a mente de definições, dogmas e preconceitos, e aprender a ouvir do próprio universo o que ele tem a dizer.

E ao ouvi-lo, tentar compreender a correlação estreita que existe entre a linguagem, os vocabulários e os fenômenos em seu estado mais puro.

O aspirante deve estar disposto a trabalhar diligentemente em si mesmo, cultivando uma mente clara e uma disciplina rigorosa no sentido de quebrar toda e qualquer ideia pré-estabelecida em sua compreensão do visível, para só então poder adentrar o invisível.

Arte e espiritualidade são como chave e fechadura.

O Caminho a percorrer não tem nome, mas tem etapas a serem cumpridas e portas a serem abertas.

Ao longo dele, o aprendiz deve entrar em contato com elementos que tem diversos nomes nas diferentes tradições, mas podem ser resumidos em etapas simples.

O primeiro passo é encontrar meios de explorar o interior da mente e da consciência, o que ele conseguirá cultivando o silêncio e eliminando o juízo crítico sobre seus próprios pensamentos.

A prática da meditação pode ajudar a integrar a percepção do “aqui e agora” com o que é eterno e imutável.

Ao acessar o inconsciente, o iniciado deve compreendê-lo para tentar transformar padrões de pensamento e comportamento, permitindo que o Self flua mais livremente em detrimento do Ego.

Assim, conseguirá compreender como a palavra e o vocabulário têm o poder de materializar sua realidade.

Os vocabulários são a forma simplificada dos símbolos universais. Eles permitem que nos comuniquemos e realizemos através deles, mas estes últimos guardam os segredos da linguagem universal que transcendem as barreiras descritíveis por palavras.

Os símbolos universais compreendem a base para os conceitos ocultos, pois a partir deles nascem os arquétipos coletivos que oferecem chaves de interpretação sobre a natureza humana e a sua jornada espiritual.

Dentre essas chaves, também temos a alquimia, que simboliza a jornada de transformação interior.

E o iniciado pode utilizar os princípios alquímicos para entender processos de evolução espiritual.

A alquimia é uma espécie de mapa simbólico, que o artista vai aprender a interpretar e obter daí suas próprias chaves, ou seja, sua própria arte.

A toda esta trajetória, vamos chamar de Espiritualidade.

Mas para se conectar ao mundo espiritual, o iniciado vai precisar que portais sejam abertos para ele. Porém ele só vai conseguir acessar através da inspiração genuína.

Nem sempre o que virá será positivo, mas ao enfrentar esses desafios, o aprendiz se torna mais forte, mais sábio e mais capaz de lidar com as complexidades da vida, pois reconhecerá em si mesmo todos os processos da natureza. Tanto os luminosos quanto os sombrios.

Em resumo, é uma jornada pessoal desafiadora, que envolve o desenvolvimento da consciência e da compreensão de si como parte de um todo. Mas pode levar a uma vida com mais significado.

Aqui, começamos a compreender como arte e espiritualidade se conectam genuinamente, mas é preciso não esquecer que a arte criada neste processo não deve ser considerada um tesouro por si mesma, mas apenas uma chave de acesso a um mundo ampliado e cheio de poder!

Porque precisamos de um propósito de vida

Propósito de vida

Propósito de vida

Estar alinhado com um propósito de vida não é para qualquer um, afinal há uma luta constante entre o que sonhamos e o que está sendo sonhado para nós.

E se não planejamos nossa vida, seremos incluídos no projeto de outras pessoas. Não será fácil vencer essa guerra, pois as estruturas montadas para nos recrutar são poderosas.

O mundo em que vivemos é liderado pelo Ego e pela luta pela sobrevivência. Portanto, é liderado pelo peso das maiorias e das “razões incontestáveis” que são difíceis de confrontar, como a necessidade de sobreviver e sermos protegidos.

Porém para conseguirmos o que precisamos, há competições que precisamos vencer. E nelas, somos controlados pelo medo de perder o jogo.

Se aceitamos todas as regras, é a posição mais baixa das hierarquias que nos é ofertada em troca da promessa de sucesso que raramente se cumpre.

A favor de nossos sonhos, temos uma parte de nosso ser que permanece adormecida e embriagada pelas prioridades do Ego. É o que chamamos Self.

Tanto o Ego quanto o Self são partes do “Eu”, porém eles representam dois mundos opostos dentro de nós.

O Ego permanece restrito ao material e a sobrevivência, e o Self recebe um campo de consciência maior, representando nossa natureza divina e nossa conexão com o universo superior.

O propósito de vida e as encruzilhadas.

Dentre os momentos em que podemos fazer escolhas, a adolescência é a fase em que estamos mais frágeis, e é justamente quando estamos mais sujeitos à influência alheia. É nesse momento que os exércitos selecionam e treinam seus soldados.

Há sujeição ao medo e forças muito sedutoras atrás de estruturas que já mostram sua força de influência no poder de decisão do jovem.

Nessa época, dificilmente entendemos do que se trata nossa missão nesse mundo. E é quase impossível fugir do que planejam para nós.

Entretanto, somos sempre atravessados pela pressa em nos posicionarmos nas hierarquias mundanas e sequer temos tempo para compreender o que somos de verdade.

Mas precisamos nos conhecer para saber o que fazer da própria vida, pois somos diferentes e únicos e cada um de nós tem uma palavra única que precisa ser dita.

O autoconhecimento é um caminho espinhoso e nem sempre é possível nos conhecermos a tempo das principais escolhas, mas é importante não esquecer: nem sempre conseguimos escolher qual trabalho teremos, mas é possível escolher como vamos realizá-lo.

Muitas vezes temos uma boa família, carreira e um emprego bem remunerado, mas permanecemos tristes, adoecendo, e nossa vida se mostra incompleta.

Então o sofrimento aparece e uma luta se trava dentro de nós trazendo insatisfação e rancor, que denunciam nosso desalinhamento com nossos sonhos originais.

Para seguir em frente no caminho, é preciso mover uma energia imensa para descobrir o que está escondido em nós.

Mas o clamor do corpo prepondera sobre o clamor da alma, e a necessidade de manter o sustento nos desvia de realizar nossos sonhos. Então cedemos ao medo de fracassar e nos escondemos atrás da busca pelo material.

O medo é positivo, mas a arrogância de se achar bem-sucedido dá uma excelente desculpa para não crescer como ser humano.

Entretenimento, antidepressivos e sucesso na carreira são ópios que servem ao pequeno “Eu” e não resolvem a angústia que continua no mesmo lugar.

Quem conhece esse sentimento sabe que é difícil fugir dele. Mas quem não conhece, pode achar que está tudo bem e que a angústia é só uma doença.

Será que estamos alinhados ao nosso propósito de vida? Se estamos em paz e satisfeitos com o que estamos oferecendo ao mundo, talvez a resposta seja sim. Ou talvez ainda não tenhamos acordado.