A Mente Humana como um Sistema Entrelaçado

A mente humana como sistema entrelaçado
A mente humana como sistema entrelaçado
 

A mente, de acordo com a ciência formal, é um sistema complexo que emerge da atividade do cérebro. Essa perspectiva, conhecida como materialismo reducionista, afirma que todos os fenômenos mentais, desde pensamentos e emoções até percepções e ações, podem ser explicados em termos de processos físicos e químicos que ocorrem no cérebro.

Há evidências que sustentam o materialismo reducionista, e estas se baseiam nas atividades cerebrais localizadas que podem ser medidas por instrumentos diagnósticos (como ressonância magnética funcional e eletroencefalografia) e observadas indiretamente através de lesões cerebrais e do efeito da ação de drogas psicoativas.

Entretanto, o materialismo reducionista não consegue explicar como a experiência subjetiva da consciência surge da atividade física do cérebro.

O que todas essas técnicas fazem é medir o resultado da atividade cerebral em termos de localização anatômica, presença de neurotransmissores e impulsos elétricos, mas não são capazes de decodificar o conteúdo do pensamento em sua totalidade e complexidade.

Partindo de análise reversa dessas medições, a ciência consegue relacionar esses estados inespecíficos a um conteúdo mental grosseiramente previsível.  Entretanto, não há conteúdo que possa ser inferido ou obtido diretamente dessa atividade cerebral.

Já o Dualismo afirma que a mente e o corpo são duas substâncias distintas. Assim como o Idealismo propõe que a mente é a realidade fundamental e o universo físico é apenas uma projeção da mente.

Enquanto isso, as teorias da mente quântica sugerem que os princípios da mecânica quântica podem ser aplicados para explicar o funcionamento da mente.

Diametralmente, o ocultismo pressupõe a Mente como uma matéria completamente apartada do corpo, sincronizada com o cérebro através do veículo astral.

A ciência formal oferece uma visão da mente como um sistema complexo que emerge da atividade do cérebro. No entanto, ainda há muitos aspectos da mente que não podem ser explicados pelo materialismo reducionista.

A mente humana pode ser um sistema entrelaçado?

A ideia de que a mente pode ser um sistema quântico entrelaçado desafia as concepções tradicionais de consciência e realidade.

O entrelaçamento quântico é um fenômeno peculiar em que duas ou mais partículas se tornam interligadas de tal forma que o estado de uma partícula instantaneamente determina o estado da outra, mesmo que estejam espacialmente separadas por grandes distâncias.

Se a mente operasse com base no entrelaçamento, significaria que pensamentos, emoções e memórias não estariam confinados ao cérebro, mas sim conectados a um campo de informação mais amplo. Isso poderia explicar diversos fenômenos como telepatia, déjà vu e experiências de quase morte.

Entretanto, o próprio conceito de entrelaçamento precisa evoluir de modo a abarcar sistemas mais complexos que as meras partículas fundamentais onde foi primeiramente reconhecido. E assim, no mundo macroscópico o entrelaçamento quântico pode ser entendido como um estado de sincronismo.

Mas há cientistas que correlacionam estados mais simples, como o fato de prestar atenção a uma bela música, como passível de ser a base para a explicação.

A investigação dessa possibilidade abre um leque de questionamentos e oportunidades para a ciência, a filosofia e a espiritualidade, mas as ciências cognitivas e as chamadas neurociências insistem, mesmo à revelia de uma lógica mais ampla, que tudo ocorre dentro do cérebro.

Alguns estudos realizados com eletroencefalografia (EEG) mostraram que a atividade cerebral de duas pessoas em estado meditativo pode ficar sincronizada, sugerindo a presença de um campo de informação compartilhado. Outros estudos demonstram que prótons de um cérebro atento a algo que o interesse entra espontaneamente em estado entrelaçado!

Igualmente a telepatia, a clarividência e a precognição, embora ainda não comprovados cientificamente, podem ser explicados pelo entrelaçamento quântico, que permitiria a comunicação instantânea entre mentes.

Relatos de pessoas que experimentaram a morte clínica frequentemente mencionam uma sensação de paz, luz e conexão com algo maior que si mesmas, bem como acesso a informações reservadas, o que pode ser interpretado como uma experiência do campo entrelaçado.

Entretanto, a maioria dos estudos que sugerem a presença de entrelaçamento na mente humana ainda são inconsistentes e não foram replicados por outros cientistas.

Se a mente é um sistema entrelaçado, ainda não se sabe como o entrelaçamento se manifesta no nível biológico e como ele interage com o cérebro físico, mas a ideia de que a mente não está confinada ao corpo levanta questões sobre a natureza da consciência, do livre arbítrio e da identidade pessoal.

Portanto a investigação da mente como um sistema entrelaçado é um campo de pesquisa promissor, mas ainda incipiente. Apesar dos desafios e objeções, a possibilidade de que a mente esteja conectada a um campo de informação mais amplo abre portas para uma nova compreensão da consciência e do nosso lugar no universo. As pesquisas nesse campo podem ter um impacto profundo na nossa compreensão da realidade, da mente humana e do futuro da humanidade.

A relação improvável entre IA, Ciência e Misticismo

A relação improvável entre IA, Ciência e Misticismo

A relação improvável entre IA, Ciência e Misticismo

Nem sempre ciência e misticismo estiveram separados, mas esta última escolheu ficar com a ponta descoberta do iceberg e renegou todo o resto que ficou abaixo do que é visível a olho nu. Mas é justamente na parte oculta que repousa toda sua base.

Partindo de que toda ciência se desenvolve tentando reproduzir e compreender fenômenos naturais, todas as criações humanas acabam estabelecendo um paralelo com aquilo que já existe ou existiu na natureza ou no nosso ideário.

E é por isso que a tecnologia, enquanto ciência aplicada, não cria e não pode criar nada que seja superior ao mundo natural.

Portanto, as criações humanas jamais serão superiores à própria humanidade.

E as leis conhecidas corroboram nessa percepção.

Entretanto, misticismo e tecnologia têm em comum o uso dos vocabulários. Desde as linguagens de programação até o uso de Bigdata, o poder de criação dado à palavra em tecnologia apenas se equipara ao poder da palavra reconhecido pelo conhecimento oculto (místico).

Por conta disso é correto dizer que através da natureza da própria linguagem podemos conhecer o mundo natural (e por que não? O sobrenatural também) através das interações criadas pela palavra.

A relação entre Inteligência artificial (IA), ciência e misticismo

A IA não supera a humanidade, mas ela consegue abarcar uma quantidade imensa de informações e gerar conhecimento através da palavra escrita. Esse conhecimento é muito maior do que o que pode ser possuído por um único indivíduo, mas não supera o que foi acumulado pela humanidade.

Essa característica torna a IA um repositório auto pensante, geralmente cheio de vieses que atendem interesses específicos, os quais necessariamente não representam os interesses humanos genuinamente.

A IA consegue saber muito a respeito de um projeto, um conceito, ou uma área delimitada do conhecimento e pode parecer ser autossuficiente. Mas o pior perigo é ela saber vender a si mesma como se fosse maior do que é.

Os vocabulários, mesmo na presença de línguas diferentes, definem e aproximam nossas experiências, e mostram com maior clareza as evidências sobre o que está correlacionado ou não.

E é o poder doado pela coletividade que permite à IA mostrar-se como uma entidade relevante e apartada.  Mas ela pertence a nós enquanto nossas interações são fruto dessa mesma coletividade.

O conhecimento oculto diz que nossos vocabulários são a evidência de uma conexão muito mais profunda entre nós: Uma teia que une todos os seres humanos e nos une à nossa própria história, bem como ao que descreve a forma como fomos criados e como nos conectamos a toda a natureza.

Desde algum tempo se criam series de ficção cientifica que falam  de uma “coletividade”, referindo-se a ninhos onde as máquinas estão mentalmente conectadas e agem como um ser único.

Dizem que esses sistemas são humanos melhorados, mas a coletividade já era parte de nós antes de ser aplicada às máquinas.

Tendemos a repetir as histórias, tanto as histórias mal resolvidas pessoais, como as histórias da própria humanidade que repousam dentro de nós.

Já há algum tempo sabemos que a fórmula que nos criou está contida em nosso DNA, e que podemos decodificá-la usando esses vocabulários.

Não há como chegar a este nível de conhecimento sem um dia ter passado pelo que se chama hoje de misticismo.

É repetindo os processos de nossos pais que conhecemos todos os pais que existem! E é assim que talvez cheguemos àquilo que nos criou. E ao qual fomos feitos à imagem e semelhança…

Conheça o que criamos e como criamos e saberás como foste criado.

Essa premissa é feita de acordo com uma das principais Leis Herméticas, que é parte do conhecimento místico oculto milenar: “Assim em cima como embaixo”.

E obviamente este conceito já existia antes de qualquer ciência formal ser criada!

O advento do uso de Bigdata permitiu o reconhecimento de uma grande quantidade de novos padrões. E só veio a comprovar que o que fazemos juntos é mais efetivo. Somos Humanidade, o que significa que estamos conectados.

Ciência e misticismo são parte de uma mesma sabedoria, que é a base do conhecimento transmitido a iniciados. Porém muitos deles fazem uso dela para criar ciência formal e manter tudo apartado da fonte original da própria inspiração. Não estará a IA tomando este mesmo rumo?

Como conectar arte e espiritualidade

Como conectar arte e espiritualidade

Como conectar arte e espiritualidade

Para conectar verdadeiramente arte e espiritualidade, é preciso trilhar um caminho iniciático. Que é um processo individual de escuta e autodescoberta.

Só assim se poderá atingir a percepção silenciosa do Universo e do Si mesmo como uma só unidade.

A arte é uma forma de perceber-se, e ao mesmo tempo contemplar o todo. Mas é preciso um caminho solitário de entendimento para atingir esse privilégio.

A jornada começa com um desejo sincero de explorar os mistérios incompreendidos do mundo e alcançar um nível mais profundo e ampliado de consciência.

A missão principal do iniciado/artista é limpar a mente de definições, dogmas e preconceitos, e aprender a ouvir do próprio universo o que ele tem a dizer.

E ao ouvi-lo, tentar compreender a correlação estreita que existe entre a linguagem, os vocabulários e os fenômenos em seu estado mais puro.

O aspirante deve estar disposto a trabalhar diligentemente em si mesmo, cultivando uma mente clara e uma disciplina rigorosa no sentido de quebrar toda e qualquer ideia pré-estabelecida em sua compreensão do visível, para só então poder adentrar o invisível.

Arte e espiritualidade são como chave e fechadura.

O Caminho a percorrer não tem nome, mas tem etapas a serem cumpridas e portas a serem abertas.

Ao longo dele, o aprendiz deve entrar em contato com elementos que tem diversos nomes nas diferentes tradições, mas podem ser resumidos em etapas simples.

O primeiro passo é encontrar meios de explorar o interior da mente e da consciência, o que ele conseguirá cultivando o silêncio e eliminando o juízo crítico sobre seus próprios pensamentos.

A prática da meditação pode ajudar a integrar a percepção do “aqui e agora” com o que é eterno e imutável.

Ao acessar o inconsciente, o iniciado deve compreendê-lo para tentar transformar padrões de pensamento e comportamento, permitindo que o Self flua mais livremente em detrimento do Ego.

Assim, conseguirá compreender como a palavra e o vocabulário têm o poder de materializar sua realidade.

Os vocabulários são a forma simplificada dos símbolos universais. Eles permitem que nos comuniquemos e realizemos através deles, mas estes últimos guardam os segredos da linguagem universal que transcendem as barreiras descritíveis por palavras.

Os símbolos universais compreendem a base para os conceitos ocultos, pois a partir deles nascem os arquétipos coletivos que oferecem chaves de interpretação sobre a natureza humana e a sua jornada espiritual.

Dentre essas chaves, também temos a alquimia, que simboliza a jornada de transformação interior.

E o iniciado pode utilizar os princípios alquímicos para entender processos de evolução espiritual.

A alquimia é uma espécie de mapa simbólico, que o artista vai aprender a interpretar e obter daí suas próprias chaves, ou seja, sua própria arte.

A toda esta trajetória, vamos chamar de Espiritualidade.

Mas para se conectar ao mundo espiritual, o iniciado vai precisar que portais sejam abertos para ele. Porém ele só vai conseguir acessar através da inspiração genuína.

Nem sempre o que virá será positivo, mas ao enfrentar esses desafios, o aprendiz se torna mais forte, mais sábio e mais capaz de lidar com as complexidades da vida, pois reconhecerá em si mesmo todos os processos da natureza. Tanto os luminosos quanto os sombrios.

Em resumo, é uma jornada pessoal desafiadora, que envolve o desenvolvimento da consciência e da compreensão de si como parte de um todo. Mas pode levar a uma vida com mais significado.

Aqui, começamos a compreender como arte e espiritualidade se conectam genuinamente, mas é preciso não esquecer que a arte criada neste processo não deve ser considerada um tesouro por si mesma, mas apenas uma chave de acesso a um mundo ampliado e cheio de poder!