O que é caminho iniciático?

O que é caminho iniciático
O que é caminho iniciático
 

Um caminho iniciático, por padrão, é sempre uma jornada ascendente, de aprendizado e autodescoberta, que leva a um estado diferente de compreensão do próprio contexto. Geralmente culmina em uma ampliação da consciência e da percepção do mundo.

Vamos encontrar nele os rituais de passagem, que são destinados a transformar a pessoa que está trilhando o caminho.

E quase sempre a transmissão de ensinamentos é feita de mestre para discípulo.

Como exemplos mais tradicionais, temos os rituais de iniciação em sociedades secretas, as práticas esotéricas em tradições místicas e as jornadas espirituais em diversas religiões, mas ocorre até mesmo em algumas práticas psicoterapêuticas.

A natureza e o propósito de cada processo pode variar conforme as tradições, e a interpretação do termo pode depender do contexto em que é utilizado.

Tipos de caminho iniciático.

Se ampliarmos a definição do termo, como possibilitam os dicionários, poderíamos aplicar o padrão a quaisquer ciclos de aprendizado e formação.

Pois o processo também pode ser reconhecido quando passamos por uma formação acadêmica ou pelo ensino fundamental e médio, onde também nos submetemos a rituais de passagem.

Entretanto, na maioria desses ciclos mundanos não atingimos necessariamente um estado de expansão da consciência e desenvolvimento espiritual.

Iniciar algo é a base da compreensão do conceito, e partindo dessa premissa, podemos simular nossa jornada começando no primeiro dia de vida.

Se partirmos do princípio de que a Vida é a jornada de um espírito através do mundo material, podemos aceitar que o processo de iniciação tem várias fases.

Quando nascemos somos inseridos na existência concreta, e aprendemos diversas competências que são necessárias a esta dimensão da vida.

Aprendemos a depender, confiar, ter paciência e esperar a disponibilidade de outrem em nos nutrir e atender. Enquanto isso, nos ocupamos com as descobertas não tão sutis da materialidade.

Neste primeiro caminho aprendemos a conhecer os limites entre nós e o que nos cerca e a comunicar nossos desconfortos, tendo a passividade como ponto principal.

Já a adolescência é uma espécie de ritual de transição, onde vivemos experiências que nos ajudam a descobrir quem somos e a assumir novas responsabilidades. Geralmente essa fase termina com a exigência de efetuar uma escolha.

Porém os inícios ligados à nossa vida material geralmente implicam em um afunilamento de nossa consciência e uma restrição em nossos campos de percepção, deixando a espiritualidade reduzida ou ausente.

Para cada campo de atuação, existe uma rotina de aprendizados que são próprios dela.

E cada novo aprendizado têm seu próprio caminho, com seus dogmas e ideologias próprias, de acordo com o contexto em que pretendemos nos inserir.

Cada caminho que escolhemos permite tanto afunilar quanto alargar nossa percepção de consciência.

E o livre arbítrio nos permite escolher um caminho que contemple a aquisição de uma rotina mais densa e mais restrita.

Mas também permite seguir para a direção oposta, e efetuar uma verdadeira limpeza nas nossas crenças, reconhecendo e eliminando muitos padrões viciosos da nossa vida cotidiana.

Assim, o processo iniciático vai consistir justamente em escolher o que chamamos caminho ascendente, com uma ampliação da consciência em detrimento do afunilamento, e uma visão mais global e holística, em detrimento do olhar focado e restrito.

Mas a autodescoberta é possível sem mestre e sem doutrina, desde que feita através de uma firme aplicação pessoal. Pois a vida em si mesma já possui todas as etapas e ferramentas necessárias ao processo.

Então, ao neófito, é possível descobrir um caminho iniciático através de desafios mundanos de afunilamento e, na contramão da correnteza, conseguir ampliar a consciência e perceber o que está nas entrelinhas do sofrimento e da restrição.

 

Porque precisamos de um propósito de vida

Propósito de vida

Propósito de vida

Estar alinhado com um propósito de vida não é para qualquer um, afinal há uma luta constante entre o que sonhamos e o que está sendo sonhado para nós.

E se não planejamos nossa vida, seremos incluídos no projeto de outras pessoas. Não será fácil vencer essa guerra, pois as estruturas montadas para nos recrutar são poderosas.

O mundo em que vivemos é liderado pelo Ego e pela luta pela sobrevivência. Portanto, é liderado pelo peso das maiorias e das “razões incontestáveis” que são difíceis de confrontar, como a necessidade de sobreviver e sermos protegidos.

Porém para conseguirmos o que precisamos, há competições que precisamos vencer. E nelas, somos controlados pelo medo de perder o jogo.

Se aceitamos todas as regras, é a posição mais baixa das hierarquias que nos é ofertada em troca da promessa de sucesso que raramente se cumpre.

A favor de nossos sonhos, temos uma parte de nosso ser que permanece adormecida e embriagada pelas prioridades do Ego. É o que chamamos Self.

Tanto o Ego quanto o Self são partes do “Eu”, porém eles representam dois mundos opostos dentro de nós.

O Ego permanece restrito ao material e a sobrevivência, e o Self recebe um campo de consciência maior, representando nossa natureza divina e nossa conexão com o universo superior.

O propósito de vida e as encruzilhadas.

Dentre os momentos em que podemos fazer escolhas, a adolescência é a fase em que estamos mais frágeis, e é justamente quando estamos mais sujeitos à influência alheia. É nesse momento que os exércitos selecionam e treinam seus soldados.

Há sujeição ao medo e forças muito sedutoras atrás de estruturas que já mostram sua força de influência no poder de decisão do jovem.

Nessa época, dificilmente entendemos do que se trata nossa missão nesse mundo. E é quase impossível fugir do que planejam para nós.

Entretanto, somos sempre atravessados pela pressa em nos posicionarmos nas hierarquias mundanas e sequer temos tempo para compreender o que somos de verdade.

Mas precisamos nos conhecer para saber o que fazer da própria vida, pois somos diferentes e únicos e cada um de nós tem uma palavra única que precisa ser dita.

O autoconhecimento é um caminho espinhoso e nem sempre é possível nos conhecermos a tempo das principais escolhas, mas é importante não esquecer: nem sempre conseguimos escolher qual trabalho teremos, mas é possível escolher como vamos realizá-lo.

Muitas vezes temos uma boa família, carreira e um emprego bem remunerado, mas permanecemos tristes, adoecendo, e nossa vida se mostra incompleta.

Então o sofrimento aparece e uma luta se trava dentro de nós trazendo insatisfação e rancor, que denunciam nosso desalinhamento com nossos sonhos originais.

Para seguir em frente no caminho, é preciso mover uma energia imensa para descobrir o que está escondido em nós.

Mas o clamor do corpo prepondera sobre o clamor da alma, e a necessidade de manter o sustento nos desvia de realizar nossos sonhos. Então cedemos ao medo de fracassar e nos escondemos atrás da busca pelo material.

O medo é positivo, mas a arrogância de se achar bem-sucedido dá uma excelente desculpa para não crescer como ser humano.

Entretenimento, antidepressivos e sucesso na carreira são ópios que servem ao pequeno “Eu” e não resolvem a angústia que continua no mesmo lugar.

Quem conhece esse sentimento sabe que é difícil fugir dele. Mas quem não conhece, pode achar que está tudo bem e que a angústia é só uma doença.

Será que estamos alinhados ao nosso propósito de vida? Se estamos em paz e satisfeitos com o que estamos oferecendo ao mundo, talvez a resposta seja sim. Ou talvez ainda não tenhamos acordado.