Como a IA cria imagens

Como a IA cria imagens

Como a IA cria imagensPara entender como a IA cria imagens, é preciso compreender que o ato de fazer um desenho ou tirar uma foto, postando-os em seguida nas redes sociais, é uma das ações principais para o processo .

Então, entre outros bancos de imagens, o modelo generativo copia sua arte, a disseca em pedacinhos menores e, por leitura reversa, rejunta estes pedacinhos numa imagem que ela garante ser “100% nova”.

Na década de 50 pesquisadores começaram os primeiros experimentos para explorar a visão por computador, descobrindo a possibilidade de ensinar máquinas a interpretar imagens.

E na década de 60 começaram a desenvolver algoritmos para identificar padrões visuais.

Através do aprendizado de máquina, fizeram correlações estatísticas cada vez mais perfeitas entre as descrições e as imagens criadas. E então, ao longo do tempo, enquanto a máquina aprendia a ler imagens através dos vocábulos que as descreviam, ela foi sendo ensinada a reverter o processo e a “criar por conta própria”.

Os modelos de IA são treinados para associar padrões visuais a rótulos, classes e/ou estilos de imagens. Ou seja, o modelo aprende a mapear características visuais para conceitos, como “carro”, “gato”, “cachorro”, etc.

Em essência, o processo como a IA cria imagens é o seguinte:

Uma imensa quantidade de imagens é exposta ao algoritmo juntamente com seus respectivos rótulos descritivos.

Então o modelo é treinado para reconhecer sozinho aquilo que lhe foi previamente entregue: Mediante uma imagem de árvore, ele deve retornar escrito “árvore”.

De acordo com o nível de acerto do modelo, vão sendo inseridos novos passos.

Ele passa não apenas a reconhecer “imagem” e “rótulo”, mas a reproduzir esses padrões por leitura reversa. Ou seja, mediante o rótulo “árvore”, ele vai reproduzir uma “árvore”.

É importante que se saiba que o processo é simples, até simplório. Ao invés de entender conceitos matemáticos específicos ou ter um conhecimento profundo sobre o que está representado nas imagens, os modelos de IA se concentram em identificar padrões estatísticos que são relevantes para que ele correlacione rótulo-imagem.

Este mesmo processo é usado pela IA no apoio ao diagnóstico médico. E é essencialmente estatístico e baseado na repetição de padrões observados nos dados de treinamento.

Quanto mais diversificados e numerosos estes dados, melhor é para o aprendizado do modelo.

Dessa forma, o mundo experimental generativo nada mais é que um tipo de engenharia reversa posicionada entre o verbo e a criação humana.

E o que era apenas uma, tornou-se duas caixas pretas, uma que se refere ao modo humano de criação e a outra fabricada pelos modelos de IA.

Na primeira caixa-preta, não compreendemos plenamente como a mente humana cria as imagens e somos incapazes de reproduzir artificialmente o processo completo usando o conhecimento que temos.

Na segunda caixa-preta, a máquina cria correlações estatísticas inusitadas, e nós apenas observamos os resultados de saída.

Na prática, estes resultados são apenas cópia, fragmentação e rearranjo de imagens que já existiam.

Ou seja, esses modelos fazem novas conformações em cima de tudo que já foi criado pela humanidade em termos de arte.

É como quando cortamos pedaços de revistas e jornais para fazer uma colagem. Ou se pudéssemos pegar quadros de Leonardo da Vinci e Caravaggio e os cortar em pedacinhos para recriar outra obra.

Portanto, os modelos de IA como Midjourney, se apropriaram de toda e qualquer arte e estilos já criados e geraram um imenso banco de pedacinhos de imagens com rótulos otimizados que permitem responder a vários tipos de solicitação, ou seja, vários padrões de prompt.

Assim, o modo como a IA cria imagens hoje em dia, permite que usuários sem qualquer talento possam criar desenhos como Michelangelo ou Leonardo Da Vinci.

Você prefere ter boa reputação ou bom caráter?

Boa reputação ou bom caráter
Boa reputação ou bom caráter
Boa reputação ou bom caráter

Caráter é diferente de Reputação porque o segundo precisa de uma plateia, mas não o primeiro. E aqui cabe pensar o quanto é verdade quando dizemos que não nos importamos com o que os outros pensam.

O prestígio de alguém se forma da construção de opiniões sobre esse alguém em determinado meio.  E nem sempre significa que essa pessoa tenha um caráter que corresponda a ele.

Num tempo em que as evidências públicas são mais importantes que o caráter e as certezas pessoais, a promessa de construir uma autoridade digital quase do zero, parece encher os olhos de muita gente.

Uma pessoa muito empenhada em tornar-se conhecida e influente necessariamente não é mais digna que qualquer outra, mas os meios digitais prometem a ela um conceito satisfatório se ela fizer uso das ferramentas certas.

Não é difícil concluir que essa facilidade pode ser bem mais útil aos impostores do que aos honestos autênticos.

No mundo digital, ou você pensa ou é pensado; ou planeja ou é planejado. Em nenhum outro contexto essa máxima é tão verdadeira quanto ali. Ou você é o vendedor, ou é o produto sendo vendido.

E isso quer dizer que estamos em apuros, pois não basta ter a consciência tranquila por ter feito o seu melhor, é preciso comprovar publicamente.

O problema é que a comprovação sempre requer pagamento.

Nunca houve e nunca haverá quem seja exclusivamente louvado ou exclusivamente criticado, e o normal de cada ser humano é não ser uma unanimidade. Nossa integridade não pode depender das críticas e honras que recebemos.

Devemos permitir que as pessoas cheguem às conclusões que quiserem, pois essas conclusões são delas e tem mais a ver com elas do que conosco.

São João Crisóstomo em seus sermões dizia que é mais fácil um homem renunciar a seu dinheiro e seu poder do que a sua reputação.

E as redes sociais estão aí para aproveitar essa verdade ao máximo.  Elas fazem parecer simples construir e manter uma imagem pública, mas não é bem assim.

Quem assistiu ao filme A Rede com Sandra Bullock na década de 90, pôde ver um prenúncio do poder que os meios digitais têm de destruir a vida de uma pessoa.

Hoje em dia, nossos perfis determinam nosso lugar de fala, restringindo nossa autoridade em diversos assuntos, principalmente nas entrelinhas do que não está escrito.

Além disso, o algoritmo transforma nossos discursos em salada de palavras e apenas as classifica como positivas ou negativas. Se elas são usadas no contexto de raiva, ele pode determinar que uma pessoa está com raiva quando usa essas palavras.

E se dá o direito de punir e recompensar com base no que concluiu, tomando decisões que podem destruir a presença das pessoas na rede social, sem qualquer direito à defesa, mesmo quando ele está errado.

A rede social é como um grande galinheiro, apenas joga-se o milho e registra-se como as aves se comportam perante o milho jogado.

Não existe o direito ao meio termo. Somos como galinhas: ou comemos ou não comemos o milho, curtimos ou não curtimos. E como seres desumanizados não podemos refletir ou opinar de forma complexa.

Nossas reflexões são apenas como piar alto, piar baixo ou não piar

Enfim as qualidades universais são melhores para falar sobre quem somos.

Nós merecemos um meio de discussão à nossa altura, mas à medida que virtualizamos nossas interações, principalmente fazendo uso das redes sociais, também renunciamos ao que nos caracteriza como seres humanos.

Será que a construção de nosso caráter em detrimento dessa reputação vai caber no universo restrito que estamos ajudando a construir com tanto empenho?