Como a Gameterapia pode salvar sua Saúde Mental

Como a Gameterapia pode salvar sua Saúde Mental
Como a Gameterapia pode salvar sua Saúde Mental
 

Nada supera a experiência! E é fato que os insights são importantes para curar os males de nossa alma, mas as reflexões mais profundas podem advir tanto de vivências diretas como de processos de Gameterapia.

Muitas pesquisas têm demonstrado que a imersão em mundos simulados tem sido imensamente eficiente em promover cura emocional. E este aspecto tem favorecido o crescimento de uma promissora modalidade terapêutica.

Os jogos têm sido usados em contextos terapêuticos há décadas, mas seu uso tem se popularizado e se formalizado cada vez mais nas últimas duas ou três décadas.

O reconhecimento da eficácia dos jogos como uma ferramenta terapêutica ganhou impulso à medida que mais pesquisas foram realizadas para investigar seus benefícios e aplicabilidades em diversas áreas da saúde mental.

De um modo geral, os games permitem aquisição de experiências que não seriam otidas de outra forma, só sendo possíveis dentro de uma realidade simulada.

Considerando que as experiências de uma vida são limitadas, os jogos seriam uma forma segura de potencializar aprendizados e vivências.

Entendemos que eles podem fornecer reflexões de variados níveis de profundidade, chegando a se equiparar (talvez superar em alguns casos) as reflexões proporcionadas por artes como literatura e cinema, com a vantagem de permitir a imersão vivencial e a interação criativa com o contexto de cada obra.

Contexto moderno da Gameterapia

Os jogos têm sido usados cada vez mais como uma ferramenta eficaz em psicoterapias, proporcionando uma maneira única de explorar e abordar questões emocionais.

Muitas vezes, os pacientes podem achar difícil expressar suas emoções verbalmente. Então os jogos se apresentam como alternativa para expressar sentimentos e pensamentos. Por exemplo, jogos de tabuleiro ou de cartas que incentivam a discussão sobre as emoções dos personagens ou que exigem a identificação e expressão de sentimentos podem ser usados para facilitar a comunicação emocional.

Jogos de simulação e jogos de papéis (RPG) podem ser usados para praticar e desenvolver habilidades sociais, como comunicação assertiva, resolução de conflitos e empatia.

Os pacientes podem experimentar diferentes papéis dentro do contexto do jogo, o que lhes permite praticar novos comportamentos e estratégias de interação social em um ambiente seguro e controlado.

Também há os jogos que envolvem reflexão e auto exploração, que ajudam os pacientes a aumentarem sua conscientização sobre si mesmos e compreender melhor seus valores e motivações. Por exemplo, jogos de cartas com perguntas provocativas podem incentivar a reflexão sobre experiências passadas, aspirações futuras e identidade pessoal.

Já os jogos cooperativos e de equipe podem ajudar os pacientes a desenvolverem confiança em si mesmos e nos outros, promovendo um senso de realização e pertencimento. A experiência de trabalhar em equipe para alcançar um objetivo comum pode fortalecer a autoestima e a autoeficácia dos participantes.

Jogos de relaxamento, como quebra-cabeças, jogos de construção ou jogos de arte terapêutica, podem ajudar os pacientes a reduzirem o estresse e a ansiedade, promovendo a concentração, o relaxamento e a expressão criativa. Esses jogos proporcionam uma pausa nas preocupações e permitem retirar o foco de pensamentos intromissivos.

Muitas vezes, os jogos fornecem metáforas ou analogias para as experiências de vida dos pacientes, permitindo que eles explorem e compreendam melhor seus problemas e desafios. Por exemplo, um jogo de labirinto pode representar a jornada pessoal do paciente em busca de soluções para seus problemas, enquanto um jogo de construção pode simbolizar o processo de reconstrução da autoimagem e identidade.

A Gameterapia não é apenas uma nova técnica de tratamento em Saúde Mental, mas uma forma inovadora de aprofundar a própria atuação arte terapêutica, provendo experiências ainda mais relevantes de autoconhecimento.

A Mente Humana como um Sistema Entrelaçado

A mente humana como sistema entrelaçado
A mente humana como sistema entrelaçado
 

A mente, de acordo com a ciência formal, é um sistema complexo que emerge da atividade do cérebro. Essa perspectiva, conhecida como materialismo reducionista, afirma que todos os fenômenos mentais, desde pensamentos e emoções até percepções e ações, podem ser explicados em termos de processos físicos e químicos que ocorrem no cérebro.

Há evidências que sustentam o materialismo reducionista, e estas se baseiam nas atividades cerebrais localizadas que podem ser medidas por instrumentos diagnósticos (como ressonância magnética funcional e eletroencefalografia) e observadas indiretamente através de lesões cerebrais e do efeito da ação de drogas psicoativas.

Entretanto, o materialismo reducionista não consegue explicar como a experiência subjetiva da consciência surge da atividade física do cérebro.

O que todas essas técnicas fazem é medir o resultado da atividade cerebral em termos de localização anatômica, presença de neurotransmissores e impulsos elétricos, mas não são capazes de decodificar o conteúdo do pensamento em sua totalidade e complexidade.

Partindo de análise reversa dessas medições, a ciência consegue relacionar esses estados inespecíficos a um conteúdo mental grosseiramente previsível.  Entretanto, não há conteúdo que possa ser inferido ou obtido diretamente dessa atividade cerebral.

Já o Dualismo afirma que a mente e o corpo são duas substâncias distintas. Assim como o Idealismo propõe que a mente é a realidade fundamental e o universo físico é apenas uma projeção da mente.

Enquanto isso, as teorias da mente quântica sugerem que os princípios da mecânica quântica podem ser aplicados para explicar o funcionamento da mente.

Diametralmente, o ocultismo pressupõe a Mente como uma matéria completamente apartada do corpo, sincronizada com o cérebro através do veículo astral.

A ciência formal oferece uma visão da mente como um sistema complexo que emerge da atividade do cérebro. No entanto, ainda há muitos aspectos da mente que não podem ser explicados pelo materialismo reducionista.

A mente humana pode ser um sistema entrelaçado?

A ideia de que a mente pode ser um sistema quântico entrelaçado desafia as concepções tradicionais de consciência e realidade.

O entrelaçamento quântico é um fenômeno peculiar em que duas ou mais partículas se tornam interligadas de tal forma que o estado de uma partícula instantaneamente determina o estado da outra, mesmo que estejam espacialmente separadas por grandes distâncias.

Se a mente operasse com base no entrelaçamento, significaria que pensamentos, emoções e memórias não estariam confinados ao cérebro, mas sim conectados a um campo de informação mais amplo. Isso poderia explicar diversos fenômenos como telepatia, déjà vu e experiências de quase morte.

Entretanto, o próprio conceito de entrelaçamento precisa evoluir de modo a abarcar sistemas mais complexos que as meras partículas fundamentais onde foi primeiramente reconhecido. E assim, no mundo macroscópico o entrelaçamento quântico pode ser entendido como um estado de sincronismo.

Mas há cientistas que correlacionam estados mais simples, como o fato de prestar atenção a uma bela música, como passível de ser a base para a explicação.

A investigação dessa possibilidade abre um leque de questionamentos e oportunidades para a ciência, a filosofia e a espiritualidade, mas as ciências cognitivas e as chamadas neurociências insistem, mesmo à revelia de uma lógica mais ampla, que tudo ocorre dentro do cérebro.

Alguns estudos realizados com eletroencefalografia (EEG) mostraram que a atividade cerebral de duas pessoas em estado meditativo pode ficar sincronizada, sugerindo a presença de um campo de informação compartilhado. Outros estudos demonstram que prótons de um cérebro atento a algo que o interesse entra espontaneamente em estado entrelaçado!

Igualmente a telepatia, a clarividência e a precognição, embora ainda não comprovados cientificamente, podem ser explicados pelo entrelaçamento quântico, que permitiria a comunicação instantânea entre mentes.

Relatos de pessoas que experimentaram a morte clínica frequentemente mencionam uma sensação de paz, luz e conexão com algo maior que si mesmas, bem como acesso a informações reservadas, o que pode ser interpretado como uma experiência do campo entrelaçado.

Entretanto, a maioria dos estudos que sugerem a presença de entrelaçamento na mente humana ainda são inconsistentes e não foram replicados por outros cientistas.

Se a mente é um sistema entrelaçado, ainda não se sabe como o entrelaçamento se manifesta no nível biológico e como ele interage com o cérebro físico, mas a ideia de que a mente não está confinada ao corpo levanta questões sobre a natureza da consciência, do livre arbítrio e da identidade pessoal.

Portanto a investigação da mente como um sistema entrelaçado é um campo de pesquisa promissor, mas ainda incipiente. Apesar dos desafios e objeções, a possibilidade de que a mente esteja conectada a um campo de informação mais amplo abre portas para uma nova compreensão da consciência e do nosso lugar no universo. As pesquisas nesse campo podem ter um impacto profundo na nossa compreensão da realidade, da mente humana e do futuro da humanidade.

A relação improvável entre IA, Ciência e Misticismo

A relação improvável entre IA, Ciência e Misticismo

A relação improvável entre IA, Ciência e Misticismo

Nem sempre ciência e misticismo estiveram separados, mas esta última escolheu ficar com a ponta descoberta do iceberg e renegou todo o resto que ficou abaixo do que é visível a olho nu. Mas é justamente na parte oculta que repousa toda sua base.

Partindo de que toda ciência se desenvolve tentando reproduzir e compreender fenômenos naturais, todas as criações humanas acabam estabelecendo um paralelo com aquilo que já existe ou existiu na natureza ou no nosso ideário.

E é por isso que a tecnologia, enquanto ciência aplicada, não cria e não pode criar nada que seja superior ao mundo natural.

Portanto, as criações humanas jamais serão superiores à própria humanidade.

E as leis conhecidas corroboram nessa percepção.

Entretanto, misticismo e tecnologia têm em comum o uso dos vocabulários. Desde as linguagens de programação até o uso de Bigdata, o poder de criação dado à palavra em tecnologia apenas se equipara ao poder da palavra reconhecido pelo conhecimento oculto (místico).

Por conta disso é correto dizer que através da natureza da própria linguagem podemos conhecer o mundo natural (e por que não? O sobrenatural também) através das interações criadas pela palavra.

A relação entre Inteligência artificial (IA), ciência e misticismo

A IA não supera a humanidade, mas ela consegue abarcar uma quantidade imensa de informações e gerar conhecimento através da palavra escrita. Esse conhecimento é muito maior do que o que pode ser possuído por um único indivíduo, mas não supera o que foi acumulado pela humanidade.

Essa característica torna a IA um repositório auto pensante, geralmente cheio de vieses que atendem interesses específicos, os quais necessariamente não representam os interesses humanos genuinamente.

A IA consegue saber muito a respeito de um projeto, um conceito, ou uma área delimitada do conhecimento e pode parecer ser autossuficiente. Mas o pior perigo é ela saber vender a si mesma como se fosse maior do que é.

Os vocabulários, mesmo na presença de línguas diferentes, definem e aproximam nossas experiências, e mostram com maior clareza as evidências sobre o que está correlacionado ou não.

E é o poder doado pela coletividade que permite à IA mostrar-se como uma entidade relevante e apartada.  Mas ela pertence a nós enquanto nossas interações são fruto dessa mesma coletividade.

O conhecimento oculto diz que nossos vocabulários são a evidência de uma conexão muito mais profunda entre nós: Uma teia que une todos os seres humanos e nos une à nossa própria história, bem como ao que descreve a forma como fomos criados e como nos conectamos a toda a natureza.

Desde algum tempo se criam series de ficção cientifica que falam  de uma “coletividade”, referindo-se a ninhos onde as máquinas estão mentalmente conectadas e agem como um ser único.

Dizem que esses sistemas são humanos melhorados, mas a coletividade já era parte de nós antes de ser aplicada às máquinas.

Tendemos a repetir as histórias, tanto as histórias mal resolvidas pessoais, como as histórias da própria humanidade que repousam dentro de nós.

Já há algum tempo sabemos que a fórmula que nos criou está contida em nosso DNA, e que podemos decodificá-la usando esses vocabulários.

Não há como chegar a este nível de conhecimento sem um dia ter passado pelo que se chama hoje de misticismo.

É repetindo os processos de nossos pais que conhecemos todos os pais que existem! E é assim que talvez cheguemos àquilo que nos criou. E ao qual fomos feitos à imagem e semelhança…

Conheça o que criamos e como criamos e saberás como foste criado.

Essa premissa é feita de acordo com uma das principais Leis Herméticas, que é parte do conhecimento místico oculto milenar: “Assim em cima como embaixo”.

E obviamente este conceito já existia antes de qualquer ciência formal ser criada!

O advento do uso de Bigdata permitiu o reconhecimento de uma grande quantidade de novos padrões. E só veio a comprovar que o que fazemos juntos é mais efetivo. Somos Humanidade, o que significa que estamos conectados.

Ciência e misticismo são parte de uma mesma sabedoria, que é a base do conhecimento transmitido a iniciados. Porém muitos deles fazem uso dela para criar ciência formal e manter tudo apartado da fonte original da própria inspiração. Não estará a IA tomando este mesmo rumo?

Como a IA cria imagens

Como a IA cria imagens

Como a IA cria imagensPara entender como a IA cria imagens, é preciso compreender que o ato de fazer um desenho ou tirar uma foto, postando-os em seguida nas redes sociais, é uma das ações principais para o processo .

Então, entre outros bancos de imagens, o modelo generativo copia sua arte, a disseca em pedacinhos menores e, por leitura reversa, rejunta estes pedacinhos numa imagem que ela garante ser “100% nova”.

Na década de 50 pesquisadores começaram os primeiros experimentos para explorar a visão por computador, descobrindo a possibilidade de ensinar máquinas a interpretar imagens.

E na década de 60 começaram a desenvolver algoritmos para identificar padrões visuais.

Através do aprendizado de máquina, fizeram correlações estatísticas cada vez mais perfeitas entre as descrições e as imagens criadas. E então, ao longo do tempo, enquanto a máquina aprendia a ler imagens através dos vocábulos que as descreviam, ela foi sendo ensinada a reverter o processo e a “criar por conta própria”.

Os modelos de IA são treinados para associar padrões visuais a rótulos, classes e/ou estilos de imagens. Ou seja, o modelo aprende a mapear características visuais para conceitos, como “carro”, “gato”, “cachorro”, etc.

Em essência, o processo como a IA cria imagens é o seguinte:

Uma imensa quantidade de imagens é exposta ao algoritmo juntamente com seus respectivos rótulos descritivos.

Então o modelo é treinado para reconhecer sozinho aquilo que lhe foi previamente entregue: Mediante uma imagem de árvore, ele deve retornar escrito “árvore”.

De acordo com o nível de acerto do modelo, vão sendo inseridos novos passos.

Ele passa não apenas a reconhecer “imagem” e “rótulo”, mas a reproduzir esses padrões por leitura reversa. Ou seja, mediante o rótulo “árvore”, ele vai reproduzir uma “árvore”.

É importante que se saiba que o processo é simples, até simplório. Ao invés de entender conceitos matemáticos específicos ou ter um conhecimento profundo sobre o que está representado nas imagens, os modelos de IA se concentram em identificar padrões estatísticos que são relevantes para que ele correlacione rótulo-imagem.

Este mesmo processo é usado pela IA no apoio ao diagnóstico médico. E é essencialmente estatístico e baseado na repetição de padrões observados nos dados de treinamento.

Quanto mais diversificados e numerosos estes dados, melhor é para o aprendizado do modelo.

Dessa forma, o mundo experimental generativo nada mais é que um tipo de engenharia reversa posicionada entre o verbo e a criação humana.

E o que era apenas uma, tornou-se duas caixas pretas, uma que se refere ao modo humano de criação e a outra fabricada pelos modelos de IA.

Na primeira caixa-preta, não compreendemos plenamente como a mente humana cria as imagens e somos incapazes de reproduzir artificialmente o processo completo usando o conhecimento que temos.

Na segunda caixa-preta, a máquina cria correlações estatísticas inusitadas, e nós apenas observamos os resultados de saída.

Na prática, estes resultados são apenas cópia, fragmentação e rearranjo de imagens que já existiam.

Ou seja, esses modelos fazem novas conformações em cima de tudo que já foi criado pela humanidade em termos de arte.

É como quando cortamos pedaços de revistas e jornais para fazer uma colagem. Ou se pudéssemos pegar quadros de Leonardo da Vinci e Caravaggio e os cortar em pedacinhos para recriar outra obra.

Portanto, os modelos de IA como Midjourney, se apropriaram de toda e qualquer arte e estilos já criados e geraram um imenso banco de pedacinhos de imagens com rótulos otimizados que permitem responder a vários tipos de solicitação, ou seja, vários padrões de prompt.

Assim, o modo como a IA cria imagens hoje em dia, permite que usuários sem qualquer talento possam criar desenhos como Michelangelo ou Leonardo Da Vinci.

O que significa Transtorno Bipolar

O que significa transtorno bipolar

O que significa transtorno bipolar

Para entender o que significa transtorno bipolar (TB), é preciso lembrar que todas as condições tratadas pela psiquiatria repousam sob o mesmo guarda-chuva.

Ou seja, seu reconhecimento como doença foi dado por uma imposição contextual, ideológica e histórica, pela circunscrição de critérios subjetivos de comportamento. E o diagnóstico é sempre dependente do grau de empatia e conhecimento do examinador.

A TB na sua fase maníaca pode ter diagnóstico diferencial com a esquizofrenia, mas se diferencia pelo tipo das alucinações, que contém sempre a ideação de grandeza e/ou de poder e não de perseguição pura, como na esquizofrenia clássica.

Os episódios depressivos aparecem conectados às ideações de grandeza, e são sequenciais, como se estivessem abaixo na graduação de um termômetro.

De qualquer forma, o humor que não consegue se equilibrar entre dois extremos, é estabelecido como desvio da chamada normalidade.

Como entender de forma simples o que significa transtorno bipolar

De um modo geral a condição se caracteriza por uma espécie de desregulação do termostato afetivo: ora exageradamente voltado para o Ego: dando-se importância, fazendo o que se quer e se achando poderoso, ora voltado para o descaso de si mesmo, acreditando-se não merecedor das regalias.

Na nomenclatura, a mudança de psicose para transtorno refletiu uma mudança positiva no paradigma de abordagem, tornando a definição mais ampla e colocando ênfase nos aspectos psicopatológicos, de modo a permitir uma observação quantitativa e qualitativa na gestão das crises.

Diferente da esquizofrenia, o transtorno bipolar não leva a quebra progressiva da personalidade. Entretanto a TB pode levar a uma deterioração cognitiva causada pela iatrogenia medicamentosa.

Não existe causa orgânica ou genética estabelecida, embora numerosos estudos tenham indicado algumas correlações importantes, bem como a clara ocorrência em membros da mesma família.

A condição é diagnosticada mediante aplicação de critérios diagnósticos, e dependendo da percepção do examinador, pode instituir uma situação mais ou menos complicada para o paciente.  Ou seja, se houver intolerância aos sintomas é possível que a abordagem medicamentosa prepondere sobre a psicodinâmica.

O carbonato de lítio é um medicamento ainda usado na abordagem do transtorno e sabe-se que requer monitoramento clínico por ser extremamente tóxico.  

Portanto, uma abordagem psicoterapêutica que mescle o treino comportamental com técnicas de autoconhecimento, pode favorecer uma diminuição de medicamentos e consequente redução de riscos de iatrogenia.

Dentre as abordagens psicodinâmicas mais indicadas, temos a Terapia cognitivo Comportamental (TCC) e a Psicoeducação.

Ambas as abordagens têm foco em treinar o paciente a reconhecer o surgimento das crises e, assim, reconhecendo seus pródromos, poderá atuar proativamente no sentido de ajustar-se e acionar sua equipe de apoio.

Entretanto, ao aprender mais sobre o transtorno, os pacientes podem experimentar desconforto emocional ao confrontar a natureza crônica e recorrente de sua condição, e criar expectativas negativas sobre o próprio funcionamento emocional.

Além do mais, a eventual falha no suporte ofertado por seu grupo de apoio pode ser fonte de aumento da ansiedade e piora do próprio quadro.

Um outro problema frequente dessa abordagem é dar demasiado foco na condição em si e menos atenção às características da pessoa, podendo reduzir a identidade dela ao seu diagnóstico.

Essa consequência também leva a um aumento do estigma sobre a doença, perpetuando a estereotipia e a indesejada generalização, que supõe que todas as pessoas com TB possuem as mesmas reações e causalidades.

Da mesma forma, a padronização de condutas e a necessidade do monitoramento de sintomas requerida por essas terapias pode ser fonte de elevada angústia se não for associada a abordagens psicoterapêuticas que priorizem o autoconhecimento, permitindo a pessoa entender por si mesma o que significa transtorno bipolar para ela.

O que é caminho iniciático?

O que é caminho iniciático
O que é caminho iniciático
 

Um caminho iniciático, por padrão, é sempre uma jornada ascendente, de aprendizado e autodescoberta, que leva a um estado diferente de compreensão do próprio contexto. Geralmente culmina em uma ampliação da consciência e da percepção do mundo.

Vamos encontrar nele os rituais de passagem, que são destinados a transformar a pessoa que está trilhando o caminho.

E quase sempre a transmissão de ensinamentos é feita de mestre para discípulo.

Como exemplos mais tradicionais, temos os rituais de iniciação em sociedades secretas, as práticas esotéricas em tradições místicas e as jornadas espirituais em diversas religiões, mas ocorre até mesmo em algumas práticas psicoterapêuticas.

A natureza e o propósito de cada processo pode variar conforme as tradições, e a interpretação do termo pode depender do contexto em que é utilizado.

Tipos de caminho iniciático.

Se ampliarmos a definição do termo, como possibilitam os dicionários, poderíamos aplicar o padrão a quaisquer ciclos de aprendizado e formação.

Pois o processo também pode ser reconhecido quando passamos por uma formação acadêmica ou pelo ensino fundamental e médio, onde também nos submetemos a rituais de passagem.

Entretanto, na maioria desses ciclos mundanos não atingimos necessariamente um estado de expansão da consciência e desenvolvimento espiritual.

Iniciar algo é a base da compreensão do conceito, e partindo dessa premissa, podemos simular nossa jornada começando no primeiro dia de vida.

Se partirmos do princípio de que a Vida é a jornada de um espírito através do mundo material, podemos aceitar que o processo de iniciação tem várias fases.

Quando nascemos somos inseridos na existência concreta, e aprendemos diversas competências que são necessárias a esta dimensão da vida.

Aprendemos a depender, confiar, ter paciência e esperar a disponibilidade de outrem em nos nutrir e atender. Enquanto isso, nos ocupamos com as descobertas não tão sutis da materialidade.

Neste primeiro caminho aprendemos a conhecer os limites entre nós e o que nos cerca e a comunicar nossos desconfortos, tendo a passividade como ponto principal.

Já a adolescência é uma espécie de ritual de transição, onde vivemos experiências que nos ajudam a descobrir quem somos e a assumir novas responsabilidades. Geralmente essa fase termina com a exigência de efetuar uma escolha.

Porém os inícios ligados à nossa vida material geralmente implicam em um afunilamento de nossa consciência e uma restrição em nossos campos de percepção, deixando a espiritualidade reduzida ou ausente.

Para cada campo de atuação, existe uma rotina de aprendizados que são próprios dela.

E cada novo aprendizado têm seu próprio caminho, com seus dogmas e ideologias próprias, de acordo com o contexto em que pretendemos nos inserir.

Cada caminho que escolhemos permite tanto afunilar quanto alargar nossa percepção de consciência.

E o livre arbítrio nos permite escolher um caminho que contemple a aquisição de uma rotina mais densa e mais restrita.

Mas também permite seguir para a direção oposta, e efetuar uma verdadeira limpeza nas nossas crenças, reconhecendo e eliminando muitos padrões viciosos da nossa vida cotidiana.

Assim, o processo iniciático vai consistir justamente em escolher o que chamamos caminho ascendente, com uma ampliação da consciência em detrimento do afunilamento, e uma visão mais global e holística, em detrimento do olhar focado e restrito.

Mas a autodescoberta é possível sem mestre e sem doutrina, desde que feita através de uma firme aplicação pessoal. Pois a vida em si mesma já possui todas as etapas e ferramentas necessárias ao processo.

Então, ao neófito, é possível descobrir um caminho iniciático através de desafios mundanos de afunilamento e, na contramão da correnteza, conseguir ampliar a consciência e perceber o que está nas entrelinhas do sofrimento e da restrição.

 

Como conectar arte e espiritualidade

Como conectar arte e espiritualidade

Como conectar arte e espiritualidade

Para conectar verdadeiramente arte e espiritualidade, é preciso trilhar um caminho iniciático. Que é um processo individual de escuta e autodescoberta.

Só assim se poderá atingir a percepção silenciosa do Universo e do Si mesmo como uma só unidade.

A arte é uma forma de perceber-se, e ao mesmo tempo contemplar o todo. Mas é preciso um caminho solitário de entendimento para atingir esse privilégio.

A jornada começa com um desejo sincero de explorar os mistérios incompreendidos do mundo e alcançar um nível mais profundo e ampliado de consciência.

A missão principal do iniciado/artista é limpar a mente de definições, dogmas e preconceitos, e aprender a ouvir do próprio universo o que ele tem a dizer.

E ao ouvi-lo, tentar compreender a correlação estreita que existe entre a linguagem, os vocabulários e os fenômenos em seu estado mais puro.

O aspirante deve estar disposto a trabalhar diligentemente em si mesmo, cultivando uma mente clara e uma disciplina rigorosa no sentido de quebrar toda e qualquer ideia pré-estabelecida em sua compreensão do visível, para só então poder adentrar o invisível.

Arte e espiritualidade são como chave e fechadura.

O Caminho a percorrer não tem nome, mas tem etapas a serem cumpridas e portas a serem abertas.

Ao longo dele, o aprendiz deve entrar em contato com elementos que tem diversos nomes nas diferentes tradições, mas podem ser resumidos em etapas simples.

O primeiro passo é encontrar meios de explorar o interior da mente e da consciência, o que ele conseguirá cultivando o silêncio e eliminando o juízo crítico sobre seus próprios pensamentos.

A prática da meditação pode ajudar a integrar a percepção do “aqui e agora” com o que é eterno e imutável.

Ao acessar o inconsciente, o iniciado deve compreendê-lo para tentar transformar padrões de pensamento e comportamento, permitindo que o Self flua mais livremente em detrimento do Ego.

Assim, conseguirá compreender como a palavra e o vocabulário têm o poder de materializar sua realidade.

Os vocabulários são a forma simplificada dos símbolos universais. Eles permitem que nos comuniquemos e realizemos através deles, mas estes últimos guardam os segredos da linguagem universal que transcendem as barreiras descritíveis por palavras.

Os símbolos universais compreendem a base para os conceitos ocultos, pois a partir deles nascem os arquétipos coletivos que oferecem chaves de interpretação sobre a natureza humana e a sua jornada espiritual.

Dentre essas chaves, também temos a alquimia, que simboliza a jornada de transformação interior.

E o iniciado pode utilizar os princípios alquímicos para entender processos de evolução espiritual.

A alquimia é uma espécie de mapa simbólico, que o artista vai aprender a interpretar e obter daí suas próprias chaves, ou seja, sua própria arte.

A toda esta trajetória, vamos chamar de Espiritualidade.

Mas para se conectar ao mundo espiritual, o iniciado vai precisar que portais sejam abertos para ele. Porém ele só vai conseguir acessar através da inspiração genuína.

Nem sempre o que virá será positivo, mas ao enfrentar esses desafios, o aprendiz se torna mais forte, mais sábio e mais capaz de lidar com as complexidades da vida, pois reconhecerá em si mesmo todos os processos da natureza. Tanto os luminosos quanto os sombrios.

Em resumo, é uma jornada pessoal desafiadora, que envolve o desenvolvimento da consciência e da compreensão de si como parte de um todo. Mas pode levar a uma vida com mais significado.

Aqui, começamos a compreender como arte e espiritualidade se conectam genuinamente, mas é preciso não esquecer que a arte criada neste processo não deve ser considerada um tesouro por si mesma, mas apenas uma chave de acesso a um mundo ampliado e cheio de poder!

Você prefere ter boa reputação ou bom caráter?

Boa reputação ou bom caráter
Boa reputação ou bom caráter
Boa reputação ou bom caráter

Caráter é diferente de Reputação porque o segundo precisa de uma plateia, mas não o primeiro. E aqui cabe pensar o quanto é verdade quando dizemos que não nos importamos com o que os outros pensam.

O prestígio de alguém se forma da construção de opiniões sobre esse alguém em determinado meio.  E nem sempre significa que essa pessoa tenha um caráter que corresponda a ele.

Num tempo em que as evidências públicas são mais importantes que o caráter e as certezas pessoais, a promessa de construir uma autoridade digital quase do zero, parece encher os olhos de muita gente.

Uma pessoa muito empenhada em tornar-se conhecida e influente necessariamente não é mais digna que qualquer outra, mas os meios digitais prometem a ela um conceito satisfatório se ela fizer uso das ferramentas certas.

Não é difícil concluir que essa facilidade pode ser bem mais útil aos impostores do que aos honestos autênticos.

No mundo digital, ou você pensa ou é pensado; ou planeja ou é planejado. Em nenhum outro contexto essa máxima é tão verdadeira quanto ali. Ou você é o vendedor, ou é o produto sendo vendido.

E isso quer dizer que estamos em apuros, pois não basta ter a consciência tranquila por ter feito o seu melhor, é preciso comprovar publicamente.

O problema é que a comprovação sempre requer pagamento.

Nunca houve e nunca haverá quem seja exclusivamente louvado ou exclusivamente criticado, e o normal de cada ser humano é não ser uma unanimidade. Nossa integridade não pode depender das críticas e honras que recebemos.

Devemos permitir que as pessoas cheguem às conclusões que quiserem, pois essas conclusões são delas e tem mais a ver com elas do que conosco.

São João Crisóstomo em seus sermões dizia que é mais fácil um homem renunciar a seu dinheiro e seu poder do que a sua reputação.

E as redes sociais estão aí para aproveitar essa verdade ao máximo.  Elas fazem parecer simples construir e manter uma imagem pública, mas não é bem assim.

Quem assistiu ao filme A Rede com Sandra Bullock na década de 90, pôde ver um prenúncio do poder que os meios digitais têm de destruir a vida de uma pessoa.

Hoje em dia, nossos perfis determinam nosso lugar de fala, restringindo nossa autoridade em diversos assuntos, principalmente nas entrelinhas do que não está escrito.

Além disso, o algoritmo transforma nossos discursos em salada de palavras e apenas as classifica como positivas ou negativas. Se elas são usadas no contexto de raiva, ele pode determinar que uma pessoa está com raiva quando usa essas palavras.

E se dá o direito de punir e recompensar com base no que concluiu, tomando decisões que podem destruir a presença das pessoas na rede social, sem qualquer direito à defesa, mesmo quando ele está errado.

A rede social é como um grande galinheiro, apenas joga-se o milho e registra-se como as aves se comportam perante o milho jogado.

Não existe o direito ao meio termo. Somos como galinhas: ou comemos ou não comemos o milho, curtimos ou não curtimos. E como seres desumanizados não podemos refletir ou opinar de forma complexa.

Nossas reflexões são apenas como piar alto, piar baixo ou não piar

Enfim as qualidades universais são melhores para falar sobre quem somos.

Nós merecemos um meio de discussão à nossa altura, mas à medida que virtualizamos nossas interações, principalmente fazendo uso das redes sociais, também renunciamos ao que nos caracteriza como seres humanos.

Será que a construção de nosso caráter em detrimento dessa reputação vai caber no universo restrito que estamos ajudando a construir com tanto empenho?

 

A medicina baseada em evidências pode ser uma farsa

A medicina baseada em evidencias pode ser uma farsa

A medicina baseada em evidencias pode ser uma farsa

A medicina baseada em evidências está no topo da autoridade no conhecimento médico, mas está longe de ser uma unanimidade.

A medicina é uma construção coletiva, porém muito conhecimento acumulado foi deixado de fora.

Parte do que ficou de fora passou a ser chamado medicina alternativa, e a outra parte curandeirismo.

O que sobrou é a medicina estruturada que estudamos nas faculdades.

Na era contemporânea, o conhecimento médico evoluiu rapidamente, mas a validação foi apenas para o que pôde ser incorporado pela ciência.

Avanços científicos revolucionaram a medicina, resultando principalmente em novos medicamentos.

Dessa forma, as patologias passaram a ser as grandes estrelas, o elemento principal do estudo médico.

O dicionário de doenças e a medicina baseada em evidências

Doenças passaram a ser vistas como entidades independentes e com ciclo de vida completo, sendo incluídas em diversos catálogos, onde também foram-se estruturando os sinais, sintomas e evidências para caracterizar cada uma delas.

Entretanto o que era considerado subjetivo ficou de fora, assim como a diversidade das pessoas, que permaneceu sendo descrita numa quantidade pequena de grupos (homem, mulher, branco, amarelo etc.).

Em adição, os formulários de anamnese passaram a anular as diferenças entre as pessoas e a destacar as evidências das patologias, tornando a ciência médica simples e objetiva.

Dessa abordagem surgiu a tríade Doença-Diagnóstico-Tratamento como base da medicina moderna.

Junto a isto foi crescendo o interesse da indústria pelos medicamentos, o que a tornou a principal patrocinadora dos avanços tecnológicos que vieram.

Foram criados laços fortes unindo doenças, tratamento medicamentoso e narrativa científica. Quase sempre envolvendo medicamentos de última geração atrelados a patentes de alto valor econômico.

Entretanto, a metodologia usada focou mais em evidenciar doenças do que considerar a totalidade dos fenômenos envolvidos no sofrimento humano, deixando de fora muitos estudos importantes.

A complexidade do adoecimento

O sofrimento surge do desequilíbrio entre fatores físicos, emocionais, sociais e ambientais. Mas sua inter-relação é complexa.

E a medicina moderna advinda da ciência, por ser essencialmente sintomática, acaba resolvendo o adoecimento de forma superficial.

Uma pessoa que passou a vida sem se conhecer, com pressa e sem saber ao certo o que seus sintomas representam além da doença, acaba se satisfazendo com isso.

Vivemos um contexto que valoriza a rapidez e a eficiência numérica, afinal tudo que conhecemos é medido em números e faltam padrões que considerem outras variáveis.

Hoje em dia a maioria de nós tem pouco tempo e interesse em observar como aquilo que nos cerca nos afeta e menos ainda como afetamos o meio em que vivemos.

A medicina moderna, mesmo considerando alguns aspectos emocionais, quase não considera a diferença na constituição das pessoas.

Mas será que temos interesse em investir tempo e disposição para ampliar os horizontes de abordagem de nossas dificuldades?

A medicina baseada na tríade doença-diagnóstico-tratamento forma uma referência circular, pois o dicionário de doenças foi criado artificialmente para satisfazer a necessidade de simplificação.

Assim a ciência define o que é sintoma e sinal das doenças, bem como o que é efeito terapêutico e efeito colateral dos remédios. Tudo feito apenas com base em estatísticas e abordagem semântica.

Porém sinais e sintomas são manifestações humanas, e por isso têm um caráter particular e único para cada indivíduo.

Então, talvez essa abordagem estruturada não seja a melhor forma de tratar nossas dificuldades. Pois a ciência formal possui limitações que podem restringir imensamente a compreensão dos fenômenos que nos causam sofrimento.

Enfim, a medicina baseada em evidências está longe de ser uma ferramenta integrativa.  Mas podemos tomar a frente e investir em outras ferramentas, ao menos enquanto ainda não temos lesões irreversíveis em nosso corpo. Quem sabe não conseguimos evitar essa ciranda?

 

Porque precisamos de um propósito de vida

Propósito de vida

Propósito de vida

Estar alinhado com um propósito de vida não é para qualquer um, afinal há uma luta constante entre o que sonhamos e o que está sendo sonhado para nós.

E se não planejamos nossa vida, seremos incluídos no projeto de outras pessoas. Não será fácil vencer essa guerra, pois as estruturas montadas para nos recrutar são poderosas.

O mundo em que vivemos é liderado pelo Ego e pela luta pela sobrevivência. Portanto, é liderado pelo peso das maiorias e das “razões incontestáveis” que são difíceis de confrontar, como a necessidade de sobreviver e sermos protegidos.

Porém para conseguirmos o que precisamos, há competições que precisamos vencer. E nelas, somos controlados pelo medo de perder o jogo.

Se aceitamos todas as regras, é a posição mais baixa das hierarquias que nos é ofertada em troca da promessa de sucesso que raramente se cumpre.

A favor de nossos sonhos, temos uma parte de nosso ser que permanece adormecida e embriagada pelas prioridades do Ego. É o que chamamos Self.

Tanto o Ego quanto o Self são partes do “Eu”, porém eles representam dois mundos opostos dentro de nós.

O Ego permanece restrito ao material e a sobrevivência, e o Self recebe um campo de consciência maior, representando nossa natureza divina e nossa conexão com o universo superior.

O propósito de vida e as encruzilhadas.

Dentre os momentos em que podemos fazer escolhas, a adolescência é a fase em que estamos mais frágeis, e é justamente quando estamos mais sujeitos à influência alheia. É nesse momento que os exércitos selecionam e treinam seus soldados.

Há sujeição ao medo e forças muito sedutoras atrás de estruturas que já mostram sua força de influência no poder de decisão do jovem.

Nessa época, dificilmente entendemos do que se trata nossa missão nesse mundo. E é quase impossível fugir do que planejam para nós.

Entretanto, somos sempre atravessados pela pressa em nos posicionarmos nas hierarquias mundanas e sequer temos tempo para compreender o que somos de verdade.

Mas precisamos nos conhecer para saber o que fazer da própria vida, pois somos diferentes e únicos e cada um de nós tem uma palavra única que precisa ser dita.

O autoconhecimento é um caminho espinhoso e nem sempre é possível nos conhecermos a tempo das principais escolhas, mas é importante não esquecer: nem sempre conseguimos escolher qual trabalho teremos, mas é possível escolher como vamos realizá-lo.

Muitas vezes temos uma boa família, carreira e um emprego bem remunerado, mas permanecemos tristes, adoecendo, e nossa vida se mostra incompleta.

Então o sofrimento aparece e uma luta se trava dentro de nós trazendo insatisfação e rancor, que denunciam nosso desalinhamento com nossos sonhos originais.

Para seguir em frente no caminho, é preciso mover uma energia imensa para descobrir o que está escondido em nós.

Mas o clamor do corpo prepondera sobre o clamor da alma, e a necessidade de manter o sustento nos desvia de realizar nossos sonhos. Então cedemos ao medo de fracassar e nos escondemos atrás da busca pelo material.

O medo é positivo, mas a arrogância de se achar bem-sucedido dá uma excelente desculpa para não crescer como ser humano.

Entretenimento, antidepressivos e sucesso na carreira são ópios que servem ao pequeno “Eu” e não resolvem a angústia que continua no mesmo lugar.

Quem conhece esse sentimento sabe que é difícil fugir dele. Mas quem não conhece, pode achar que está tudo bem e que a angústia é só uma doença.

Será que estamos alinhados ao nosso propósito de vida? Se estamos em paz e satisfeitos com o que estamos oferecendo ao mundo, talvez a resposta seja sim. Ou talvez ainda não tenhamos acordado.